Entramos no mês de outubro, reconhecido internacionalmente como mês dedicado ao Acidente Vascular cerebral. Temos muito o que comemorar, desde a introdução da trombólise venosa no final da década de 90 e as grandes mudanças que tivemos nos últimos 4 anos relativo ao tratamento de AVCs extensos. Em meados de 2015 tivemos os resultados de trabalhos que demonstraram a ótima resposta ao tratamento endovascular dos casos agudos, com melhora dos déficits neurológicos e da qualidade de vida dos pacientes, e nos dois últimos anos tivemos trabalhos estendendo o tempo de tratamento nos casos agudos, muito além das 4 horas e meia do inicio dos sintomas. No inicio deste ano o artigo Dawn, publicado por brasileiros que trabalham nos Estados Unidos, demonstrou que podemos selecionar pacientes com grande potencial de melhora através de tecnologias já disponíveis no nosso meio, estendendo a janela até 24 horas após o inicio dos sintomas.
Este mês a revista Stroke, importante revista da área de neurologia vascular, publicou a análise de 4449 pacientes, acompanhados em Ontário no Canadá, com acidente vascular cerebral, e comprovou o que observamos na nossa prática, uma redução das reinternações no primeiro ano após o acidente vascular cerebral em pacientes que realizaram trombólise venosa, ou seja, paciente que foram admitidos em centro de tratamento para AVC em tempo suficiente para receber tratamento medicamentoso. Apresentaram uma redução do tempo de dias no hospital e redução da necessidade de casas de repouso ( nursing homes). Ou seja, independente do resultado final, e do sucesso da utilização da medicação, ao analisar todos os casos, os pacientes que recebem tratamento permanecem mais dias em suas casas.