A insônia é um distúrbio de sono caracterizado pela dificuldade em dormir e manter-se adormecido. Atualmente, oitenta milhões de pessoas sofrem desse transtorno no Brasil. Algumas nem se recordam da última vez que tiveram uma boa noite de sono e pela praticidade, muitas vezes, recorrem aos remédios. São sedativos, hipnóticos, relaxantes, antidepressivos – e a lista só aumenta. Porém, apesar dos inúmeros efeitos colaterais e dos riscos de dependência que esses remédios possuem, algumas pessoas realmente precisam tomá-los.
Na teoria, este tipo de medicamento poderia ser adquirido apenas com receita médica. Mas na prática, as coisas são bem diferentes. Dessa maneira, alguns usuários, sem acompanhamento e prescrição médica, continuam comprando em farmácias e se automedicando, tornando-se cada vez mais dependentes de pílulas do sono.
Com o uso frequente dos medicamentos, o organismo do corpo humano desenvolve uma tolerância fazendo com que uma dose maior seja necessária para que ele faça efeito. Sendo assim, o remédio que deveria ser usado como recurso para facilitar o sono, se torna um vício, não sendo mais capaz de tratar a suposta insônia. Essa dependência pode iniciar no terceiro mês de uso consecutivo.
Para aqueles que realmente precisam de medicamento para tratar o distúrbio do sono, é importante que seja com moderação e com bastante cautela, tendo visitas regulares ao médico e sem interrupções no tratamento sem recomendações. É relevante também que identifique o seu tipo de insônia, a inicial e a dificuldade de manutenção do sono, pois os remédios agem dependendo da insônia de cada um.
O corpo humano é extremamente específico. O relógio biológico das pessoas pode interferir, também, na identificação do distúrbio de sono. De acordo com Dr. José Cipolla, pesquisador responsável pelo estudo temático da regulação do metabolismo energético pela melatonina, é a partir da informação do tempo que o relógio biológico do corpo se prepara para o dia ou para a noite. Durante o dia, as pessoas acordam, ficam ativas, se alimentam, interagem e o metabolismo permanece ativo. Já a noite, quando o corpo está em repouso, o metabolismo garante o jejum, o sistema nervoso e os músculos se recuperam e a temperatura do corpo tende a ficar mais baixa. Apesar da semelhança de rotina com o próximo, cada pessoa tem um relógio biológico diferente, ou seja, algumas são matutinas, outras noturnas e outras vespertinas. Sendo assim, ocorre muita confusão entre não conseguir identificar o relógio e a insônia. É necessário que cada pessoa conheça e respeite o seu relógio biológico, com o intuito de aprender a flexibilizá-lo para o seu próprio conforto.
Contudo, antes de recorrer a soluções químicas, é interessante adotar alguns hábitos que podem ajudar a dormir melhor e mais tempo, como ter horários fixos e regulares para dormir, evitar cafeína, evitar ir para cama sem sono e não ficar nela após acordar. Uma peça-chave é identificar a cama como um lugar para adormecer e repousar, ou seja, não mexer em aparelhos eletrônicos após deitar. Se após tentativas a dificuldade para dormir insistir, procure um especialista e saiba o que fazer com o seu problema.