Conforme a Liga Brasileira de Epilepsia, esta é uma alteração temporária e reversível no funcionamento do cérebro, que não tenha sido causadapor febre, drogas ou distúrbios metabólicos. As crises duram segundos ou até minutos em que uma parte do cérebro emite sinais incorretos e pode ser parcial, o que traz sintomas menos evidentes ou aparentes. O neurocirurgião com atuação em Neurocirurgia Funcional, Eduardo Goellner, traz mais detalher sobre a epilepsia.
O que pode provocar um ataque epilético? Há influências de fatores genéticos?
Existem diversas causas que podem provocar um ataque epilético, como hemorragia cerebral, tumores, infecções no sistema nercoso, alguns distúrbios metabólicos e outras doenças, muitas de origem genética. Há muitas crises que iniciam sem causa definida, chamadas de idiopáticas. AS crises epilépticas ocorrem em decorrência de uma falha na condução elétrica entre as células nervosas. Sendo assim, se um determinado grupo destas células funcionar de maneira irregular, estes estímulos podem se espalhar e interferir de maneira irregular, estes estímulos podem se espalhar e interferir na comunicação de outros grupos, gerando assim uma crise convulsiva. Desta forma, teremos diversas situações possíveis de provocar crises convulsivas.
Há diferença entre uma crise epilética e uma convulsão?
Quando ocorre uma conmunicação anormal entre as células nervosas, como comentado, chamamos de crise convulsiva. Se ocorrem de maneira repetida, não provocada, mais do que duas ou três vezes, podemos ter então o diagnóstico de epilepsia.
O que devo fazer se alguém a meu lado tem uma crise epiléptica?
As crises epilépticas são autolimitantes na maioria das vezes, ou seja, eles pararão espontaneamente. Sendo assim, deve-se procurar proteger a integridade física desta pessoa enquanto a crise não termina, afastando objetos que possam causar acidentes. Segurar a cabeça mantendo ela de lado para que a pessoa não se engasque com a saliva. Em hipótese alguma colocar a mão dentro da boca e tentar puxar a lingua. Logo em seguida, procure ajuda. Se a crise não cessar em poucos minutos procure ajuda imediatamente.
A pessoa mantém a consciência durante uma crise?
Existem diversos tipos de crise. Nas generalizadas, em que o estímulo anormal contaminará ambos os hemisférios cerebrais, ocorrerá a perda da consciência. Porém outras crises podem ser mais localizadas no cérebro, onde o paciente ficará acordado, mantendo a consciência completa ou apenas alterada por alguns instantes.
Estes pacientes precisam restringir alguma atividade?
Atividades que envolvam autonomia e tomada de decisões rápidas, como dirigir, nadar e subir em locais altos com pouca proteção, devem ser evitadas até que as crises estejam sob controle. Por isso, sempre é bom ter a orientação de um especialista. Mas, sempre é bom utilizar o bom senso. Lembrando que, se julgar a atividade arriscada, não faça.
Existe alguma faixa etária mais propensa a ter crises?
Isto dependerá da causa das crises. Existem síndromes e fatores desencadeantes para cada idade. Existem síndromes e fatores desecadeantes para cada idade. Nas fases iniciais teremos as crises convulsivas relacionadas a febre, ou ainda, a fatores genéticos ou mal formações cerebrais. No final da infância e adolescência teremos outras crises características da idade. Na fase adulta, aumentam o tisco de crises por tumores, traumas cranianos, hemorragias ou isquemias cerebrais.
Existe cura ou o controle é para o resto da vida?
Se a causa da crise convulsiva for identificada e tratada, o paciente pode ficar curado. Mas, no caso da epilepsia, a maioria terá controle das crises, mantendo uma vida bsolutamente normal, com uso correto de medicações e eventualmente de cirurgia. E, infelizmente, há casos mais complexos, com maior dificuldade de tratamento. Por isso, é importante o diagnóstico e manejo correto desde o início da doença.
Reportagem Publicada no Jornal NH
Entrevistado: Dr. Eduardo Goellner, Neurocirurgião