A demência (popularmente chamada de “esclerose”) é uma disfunção cerebral, caracterizada por deterioração intelectual adquirida e persistente. A doença de Alzheimer é um dos tipos de demência, e o mais comum. Progressivamente o paciente vai perdendo não só a memória, mas funções em três esferas:
* estado mental (linguagem, memória, atenção, habilidades visoespaciais como localizar-se em locais públicos ou dirigir automóveis);
* atividades da vida diária (tomar banho ou trocar a roupa, controle das finanças);
* comportamento (alterações do humor como a depressão, agitação e agressividade).
Ela pode ser causada por lesões vasculares no cérebro (múltiplos “derrames”), infecções (como na neurossífilis), tumores, traumas crânioencefálicos, uso abusivo de drogas (como álcool), alterações na função da glândula tireóide (hipotireoidismo) e deficiência de algumas vitaminas (como a vitamina B12).
Em geral, a doença de Alzheimer acomete inicialmente a parte do cérebro que controla a memória recente fazendo com que a pessoa esqueça os fatos que ocorreram no dia anterior, semana passada ou até mesmo acaba por esquecer se já almoçou ou jantou. A memória de longo prazo inicialmente permanece intacta, e fatos que ocorreram há 20 anos ou mais podem ser relatados e relembrados pelo doente.
O raciocínio também estará comprometido e haverão dificuldades no manejo do dinheiro, contas e em algumas situações o doente não saberá como agir diante de obstáculos do dia-a-dia. É muito raro a própria pessoa acreditar que está com demência. Quem vai perceber isso é a família. Por isso, é importante estar atento às mudanças de comportamento.
Também é difícil identificar exatamente o início desta doença. No caso da Doença de Alzheimer não há um exame específico que identifique se a pessoa está acometida por ela. O que vai diagnosticar a sua existência é uma série de testes no consultório médico, assim como a conversa entre o especialista e o paciente.
No estágio mais avançado a dependência se torna mais severa, as alterações de memória são mais acentuados e o aspecto físico da doença se torna mais aparente. O paciente pode apresentar dificuldades para alimentar-se de forma independente, não reconhecer familiares, amigos e objetos conhecidos, dificuldade em entender o que acontece ao seu redor, dificuldade de locomoção, incontinência urinária e fecal, comportamento inadequados em público, agressividade e agitação.
O tratamento consiste em tratar as causas da demência (por exemplo: reposição de vitaminas em pacientes com deficiências, interrupção do álcool nas pessoas que são dependentes) mas existem medicamentos que podem desacelerar o processo degenerativo no cérebro e que podem melhorar a qualidade de vida do paciente por mais tempo. Infelizmente, ainda não há medicamentos que curem tal patologia.
Algumas dicas de como lidar com o paciente portador de demência:
• Estabeleça rotinas, mas mantenha a normalidade: É importante manter a normalidade da vida familiar; procure tratar o portador da mesma forma como o tratava antes da doença;
• Incentive a independência: é necessário que o portador receba estímulos à sua independência. Faça ‘com ele’ e não ‘por ele’, respeite e preserve sua capacidade atual de realizar atividades de vida diária.
• Ajude o portador a manter sua dignidade: lembre-se que a pessoa de quem você cuida é ainda um indivíduo com sentimentos. O que você ou outros familiares fazem ou falam em sua presença pode perturbá-lo. Evite discutir sobre as condições do portador na sua presença;
• Evite confrontos: qualquer tipo de conflito pode causar stress desnecessário em você e/ou no portador. Evite chamar atenção e mantenha a calma de maneira que a situação não piore. Lembre-se: por mais que pareça proposital, é a doença que ocasiona momentos de agitação, agressividade, etc. não é culpa do portador.
• Faça perguntas e mantenha uma conversa simples, sem incluir vários pensamentos, idéias ou escolhas. As perguntas devem possibilitar respostas como “sim” ou “não” (p.ex.: perguntar: “você quer laranja?” é melhor do que “que fruta você gostaria de comer?”).
• Mantenha seu senso de humor: procure rir com o paciente (e não rir do paciente). Algumas situações podem parecer engraçadas para você, mas não são para ele. Mantenha um humor saudável e respeitoso, ele ajuda a diminuir o stress
• Torne a casa segura: a dificuldade motora e a perda de memória podem aumentar a possibilidade de quedas: verifique tapetes, mesas de centro, móveis com quina, objetos de decoração, escadas, banheiras, janelas, piscinas, etc.
• Ajude a manter as habilidades pessoais: algumas atividades podem incentivar a dignidade e o respeito próprio, dando significado à vida. Uma pessoa que antes foi uma dona de casa, um motorista, um professor ou um executivo pode ter maior satisfação usando algumas das habilidades relacionadas ao seu serviço anterior. Lembre-se, entretanto, que a doença de Alzheimer é progressiva e os gostos ou habilidades das pessoas acometidas pela doença fatalmente mudarão com o tempo.
A memória de longo prazo inicialmente permanece intacta, e fatos que ocorreram há 20 anos ou mais podem ser relatados e relembrados pelo doente. O raciocínio estará comprometido e haverão dificuldades no manejo do dinheiro, contas e em algumas situações o doente não saberá como agir diante de obstáculos do dia-a-dia.
É muito raro a própria pessoa acreditar que está com demência. Quem vai perceber isso é a família, por isso, é importante estar atento às mudanças de comportamento.