As doenças cérebro-vasculares encontram-se mais em voga nas ultimas duas décadas, principalmente a partir de 1996 com a liberação do uso da trombólise venosa e em 2015 da utilização da trombectomia mecânica nos casos agudos. Porém o que estamos observando nos últimos anos é o aumento da participação de pacientes mais jovens com acidente vascular cerebral. Estima que entre 10-15% dos casos de primeiro evento ocorre na faixa etária dos 18-50 anos. Numericamente também é observado esse aumento, principalmente para quem trabalha nas unidades de AVC diariamente que observa com frequência ao menos um paciente a baixo dos 40 anos internado. Em contrapartida é percebido a redução da frequência em pacientes mais idosos, dado observado a nível mundial, visto o melhor acesso a saúde por estes.
As possibilidades etiológicas em pacientes jovens são diferentes dos paciente idosos, normalmente mais correlacionados a fatores cardio-vasculares. Nos pacientes jovens alterações hematológicas e doenças arteriais são mais comuns, levando a profilaxias diferentes e com maior nível de dificuldade para investigação da causa do acidente vascular cerebral. Quando não é bem acompanhado desde o inicio dos sintomas, acidente vascular cerebral em jovens se torna deletério, não só para o paciente que reduz sua chance de independência, como para a sociedade, por tirar mais uma pessoa produtiva, além de necessitar de outras para seu cuidado diário. Por isso é fundamental procurar auxilio o mais rápido possível no inicio dos sintomas, e após seguir acompanhamento com o médico neurologista.